Pandemia Abre novo mercado para desenhista

Mauro Vila Real tem carreira no exterior e se aproximou da cultura nativista durante a pandemia de Covid

O artista, morador de Sapiranga, no Vale do Sinos, utilizou um aperto de mãos que representa o mapa do nosso Estado e também a mistura e conexão dos povos gaúchos. “Dentro do tema pensei em encontrar uma forma de incluir as etnias e é difícil, é algo muito amplo. Etnia, formação do Rio Grande, formar, Estado.. Foi um processo de uns 20 minutos e minha cabeça enlouquecida. Pensei: e se eu pegar duas mãos se cumprimentando será que consigo encaixar? Estava com problema na parte Sul, onde tem Jaguarão, Chuí, o bico onde o Rio Grande do Sul encaixa no Uruguai. olhei de novo, mexi na mão, fiz fotos da mão. Fui posicionando e encontrei a possibilidade de esticar um pouco o dedo mínimo de uma das mãos, assim fez o encaixe e montei a ideia”, explica Vila Real.

A ideia é que o desenho tenha pequenas alterações ao longo dos meses, tudo para dar ainda mais sentido ao tema. “É uma arte simples, de fácil reprodução. A gente consegue reproduzir ela bem detalhada, a versão oficial, mas também só com linhas. Ela tem uma silhueta identificável e é uma arte que vai ser passível de alterações no transcorrer do período até setembro. Desde a primeira ideia, o primeiro rascunho, eu disse: vamos lançar a mão branca e a mão negra, mas vamos republicando e mudando as cores a fim de abranger todas as etnias”, conta o artista que entre as técnicas utiliza a acrílica, aquarela, guache e carvão.

O morador de Sapiranga estava com a carreira focada na Europa, mas precisou mudar os planos quando a quarentena, devido à pandemia de Covid-19, chegou por aqui. Com trabalhos agendados fora do País cancelados ele acabou apostando em um novo nicho comercial ao ser convidado por músicos nativistas para se apresentar em lives.